Publicado em 4 de julho de 2018
Aulas reforçam conceitos como sociabilidade, regras e limites, além de ensinar uma profissão
A recepção dos adolescentes ao curso foi muito boa e também revelou grandes talentos
O som das latas sendo chacoalhadas, o cheiro de tinta e muita cor invadiram os ares – e os muros – do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Itararé (SP). Isso porque, graças ao convênio firmado entre a Prefeitura e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas passaram a receber oficinas de grafite no local.
Segundo a psicóloga do Creas, Ana Garcia, a turma, formada por 17 adolescentes, participa das aulas há três semanas. “Esse tipo de oficina é importante, pois, além de reforçar conceitos como sociabilidade, regras, limites e horários, também ensina um ofício a esses jovens”, destaca.
Para o grafiteiro e professor Fernando Hoffeman, também conhecido pela alcunha de ‘Fernando Grafiteiro’, a recepção dos adolescentes ao curso foi muito boa e também revelou grandes talentos. “Durante as oficinas, pude notar em alguns dos participantes uma grande aptidão, tanto para o desenho quanto para o grafite, conta.
“Nossas aulas começaram com um pouco de teoria, para que eles pudessem conhecer um pouco da história dessa arte, e depois passamos a parte prática”, explica. “O grafite amplia a visão das pessoas para o que é certo e o que é errado. Quando eu comecei as aulas, esses jovens eram diferentes de quem eles são hoje”, acrescenta.
Para o prefeito, Heliton do Valle, a iniciativa é de suma importância para a formação pessoal e profissional desses jovens. “O grafite é uma arte que pode ser feita não somente em muros, mas também em quadros e camisetas, por exemplo. Essas oficinas, podem, além de ensinar um hobby e uma profissão, revelar um novo artista do grafite em nossa cidade”, destaca.
Medida socioeducativa – Como explica a psicóloga Ana Garcia, o adolescente, quando comete uma infração, é encaminhado ao Ministério Público, onde recebe julgamento e tem sua sentença estipulada. “Ele então é encaminhado ao CREAS, onde são trabalhadas essas questões, seja em liberdade assistida ou em prestação de serviço à comunidade, de acordo com a determinação do juiz”, explica.
“Dentro do cumprimento da medida socioeducativa cabe também a reinserção do adolescente na escola, caso ele não esteja estudando, encaminhamento à saúde e programas sociais e a retirada de toda a documentação, para que ele possa exercer plenamente sua cidadania”, finaliza.