Aos 64 anos, Eusa e a colega de trabalho, Edna, relatam dia a dia como cozinheiras
Publicado em 10 de maio de 2019
Aos 64 anos, Eusa e a colega de trabalho, Edna, relatam dia a dia como cozinheiras
Nas mãos, um dom invejável, interligado direto ao coração, que transborda amor. Como resultado, alimentos preparados com afeto que, além de fazerem bem ao corpo, tocam a alma.
Não é preciso muito tempo junto a elas para perceber e sentir que o mesmo carinho que tem quando preparam a refeição na casa delas, tem quando cozinham para as mais de 148 crianças da Escola Municipal do Campo Prof. Messias Sodré em Pedra Branca, distrito de Itararé (SP).
Funcionária pública desde 1996, Eusa Rodrigues Pereira conta que os alunos são como filhos. “Tenho 64 anos. Quatro filhos, mas um Deus já levou. Sempre cozinhei para a família. Trabalhar na cozinha da escola é estender o amor de dentro de casa, pelos filhos de sangue, para os filhos do coração” relata.
A colega de trabalho, Edna de Fátima, concorda.
E o carinho das crianças para com elas é visível. Sobram abraços e demonstrações de agradecimento por tanto cuidado. A alegria é contagiante. O sorriso é fácil e verdadeiro.
As atitudes não são só pelo trabalho delas em cozinhar. Vai além. Com pequenos gestos, as cozinheiras ensinam os pequenos valores valiosos. “Todos os dias, antes das refeições, junto aos alunos, fazemos um agradecimento pelo alimento. Isso não tem haver com religião, mas com gratidão, pois aqui nunca nos falta nada”, relata Edna de Fátima, que já atua na área há mais de 14 anos.
Tanta dedicação tem sido reconhecida pela gestão. Segundo Eusa, com tanto tempo de serviço, é impossível não falar da evolução na merenda e da prestatividade do Departamento de Suprimento Escolar. “Tudo que pedimos vem. E temos a nossa horta, uma feita com os alunos, e uma lá no fundinho, que eu adoro cuidar”, expõe.
“Aqui os alunos não tem do que reclamar, procuramos sempre fazer alguma comida diferente, a merenda é variada”, completa Edna.
A organização também impera no local. Eusa comenta feliz que, na última visita do prefeito a escola elogiou o estoque. “Nossos suprimentos estão sempre muito bem organizados”. A fala é uma verdade inquestionável. Os produtos ficam etiquetados, organizados por ordem de vencimento, tudo no seu devido lugar.
Seguindo as premissas do prefeito, Heliton do Valle, Eusa comenta que o trabalho na cozinha não para e é feito em colaboração.
“Não tem o que é tarefa de uma e o que é dá outra. Nós duas fazemos de tudo e, por isso, o serviço flui tão bem”, detalha.
“Se a Eusa se aposentar eu vou sentir falta de brigar com ela e dela brigar comigo”, conta Edna dando risada.
Eusa a tranquiliza e afirma não querer parar tão cedo. “Não sei o que seria de mim sem escolher o feijão das crianças todos os dias”, enfatiza.
Para o chefe do Executivo, ver a harmonia do trabalho e o carinho que as crianças sentem pelas funcionárias é emocionante. “Quando há respeito e alegria no ambiente de trabalho é notável a evolução. Sem as funcionárias a escola Messias Sodré não seria a mesma”, encerra.